Propagação de pandemia ao redor do mundo, queda do valor do petróleo, dólar a R$ 5. A primeira quinzena do mês foi caótica para o mercado global e, principalmente, para o mercado brasileiro. Na última semana, a bolsa de valores acionou o “circuit breaker” quatro vezes, que é quando há um recuo tão grande nos índices acionários que as negociações precisam ser interrompidas por um tempo. Em Wall Street, 15 minutos depois do interrompimento na segunda-feira (9), as perdas conseguiram ser amenizadas, mas o dia fechou com perda de 7%. No Brasil, também na segunda-feira, nem dois “circuit breakers” de 30 minutos funcionaram como deveria funcionar: o dia fechou com queda de 12%.
Um dos principais motivos para a “Semana de Pânico” no mercado financeiro é o Covid-19, a mais grave ameaça global desde a crise financeira de 2008! Na China, epicentro da doença, mas que já se recupera, houve queda ou completa paralisação da cadeia produtiva de vários e vários produtos, o que prejudicou empresas e indústrias que dependem de produtos vindo da China. O fácil contágio da doença também fez com que diminuísse e, em alguns países até proibisse, a circulação de pessoas. Voos estão sendo cancelados, reuniões e grandes eventos também. O coronavírus afeta toda a cadeia de produção em escala mundial!
Paralelamente ao problema do coronavírus, houve a queda no preço do petróleo. Este já vinha caindo desde o avanço da doença ao redor do mundo, mas no domingo (08), a Arábia Saudita (a maior exportadora de petróleo do mundo) adotou um corte de preços e anunciou que elevaria a produção para 10 milhões de barris por dia a partir de abril. Com isso, o barril do Petróleo chegou a US$ 30, o menor preço desde a Guerra do Golfo em 1990. As ações da Petrobras desabaram quase 30%, acompanhando a cotação do petróleo mundialmente.
Os países temiam que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse o coronavírus como uma pandemia, o que, inevitavelmente, aconteceu na quarta-feira (11). Isso porque o vírus causa uma instabilidade que nenhum país deseja para a sua economia. No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a equipe econômica está absolutamente tranquila. O Banco Central sinalizou que vai considerar o surto na próxima avaliação periódica da taxa Selic, que acontece nos dias 17 e 18 de março. O medo da recessão global é real ao redor do mundo e com razão, já que, se o vírus não for controlado, em breve teremos uma grande crise econômica global.