A tecnologia digital faz com que as transformações na nossa sociedade aconteçam mais rápidas. Hoje, existem 230 milhões de smartphones ativos no Brasil, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Há cinco anos existiam 168 milhões, um aumento de 36%. E, claro, que essa democratização da tecnologia também afetaria os hábitos de consumo da sociedade.
O crescimento da internet possibilitou o surgimento da economia compartilhada, um modelo econômico fundamentado no compartilhamento, e não no consumo. O consumidor paga pelo benefício do produto, e não pelo produto em si, desta forma, também impacta os âmbitos social e ambiental. Por exemplo, o que precisamos é da música, e não do CD, então, o Spotify, a Deezer e outras plataformas nos oferecem apenas o que precisamos. Isso se aplica a praticamente qualquer bem. Assim, todos continuam no mesmo estilo de vida, sem precisar, necessariamente, adquirir e consumir coisas materiais. Isso impacta positivamente no bolso do consumidor e na sustentabilidade do planeta.
Divulgada em agosto deste ano, uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que o número de brasileiros dispostos a adotar práticas de compartilhamento subiu para 81%. Há um ano, esse percentual era de 68%. Pelos menos 74% dos brasileiros já usaram algum serviço de economia compartilhada. Os dados evidenciam que nossa sociedade está segura em relação a essa nova forma de consumir.
Outro impacto da economia compartilhada é que as startups ganham espaço frente às grandes empresas, visto que oferecem soluções antes não pensadas pelas empresas tradicionais e de forma mais ágil, fugindo das burocracias de grandes companhias. Um dos cases mais bem-sucedido que temos no Brasil é a fintech Nubank, que inovou com um cartão de crédito sem taxas e com uma conta corrente que rende mais que poupança e, dia após dia, faz os bancos tradicionais perderem clientes.
Por isso, muitas empresas tradicionais estão inovando. Foi o caso da DHL que, ao ver seu faturamento cair, lançou o My Ways, um aplicativo que permite que os próprios clientes façam o transporte da encomenda. O serviço ainda não chegou ao Brasil. Indústrias, antes intocáveis, já conseguem sentir o impacto negativo. Um exemplo é o ramo da hotelaria. O Airbnb já vale US$ 30 bilhões, US$ 7 bilhões a mais que a maior rede de hotéis do mundo, a Hilton. Serviços de caronas e carros por aplicativo, como BlaBlaCar, Uber e 99, também devem impactar de alguma forma a indústria automobilística, seguradoras, oficinas mecânicas e etc. Está é a oportunidade de pequenas empresas crescerem através da economia do compartilhamento. Quem dita as regras são as pessoas! Por isso, fique atento às mudanças de comportamento da sociedade, pois, lá pode estar a sua grande oportunidade.
